Já faz alguns anos que o modelo de trabalho híbrido é uma realidade para certos setores, especialmente o de tecnologia. Mas com a pandemia do novo coronavírus, fez parte do rol de adaptações do mercado considerar mais intensamente essa forma de trabalhar, mesclando o home office com idas pontuais à sede física da empresa.
E são vários os motivos pelos quais o trabalho híbrido conquista cada vez mais adeptos. Um dos principais é que os gestores observaram que ao oferecer mais flexibilidade e liberdade para o colaborador, a empresa também se beneficia com maior produtividade, além da redução de custos.
Uma pesquisa realizada pelo ManpowerGroup®, inclusive, afirmou que 41% dos brasileiros estão preferindo trabalhar em empresas que oferecem o modelo de trabalho híbrido como um diferencial.
E se você também faz parte desse grupo, saiba mais a seguir sobre o trabalho híbrido, como adotá-lo e os pontos de atenção.
O que é o modelo de trabalho híbrido?

O modelo de trabalho híbrido combina o home office (ou seja, o exercício das tarefas diárias fora da dependência da empresa) com o trabalho presencial. Assim, durante alguns dias o colaborador trabalha de casa e outros do escritório, a depender da definição feita pela empresa. Em muitos casos, inclusive, os empregadores deixam à escolha do próprio funcionário quando deseja trabalhar de cada lugar.
Com o modelo de trabalho híbrido, o colaborador pode, por exemplo, estabelecer o seu próprio horário e definir quando começa e quando termina de executar as suas tarefas diárias. Tal flexibilidade tem alavancado as empresas e se mostrado uma estratégia extraordinária para reter grandes talentos.
Atualmente, cerca de 38% das empresas brasileiras oferecem esse modelo de trabalho aos seus colaboradores e são inúmeros os fatores por trás dessa decisão. Entre eles estão a redução de custos com estrutura física até o aumento da produtividade, já que os colaboradores tendem a se dedicar mais ao trabalho.
Ao contrário do que muitos acreditam, porém, esse modelo não é indicado somente para profissionais da área de tecnologia, mas também pode ser bastante útil para diversos outros setores além dos próprios empresários.
Contudo, assim como para qualquer outro modelo de trabalho, existem vantagens e pontos de atenção ao aderi-lo. Descubra a seguir quais são eles.
As vantagens do modelo de trabalho flexível

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa global de consultoria de recursos humanos (RH) Robert Half International Inc., a flexibilidade no trabalho é o benefício mais valorizado atualmente pelos empregados: 88% dos colaboradores que participaram do estudo desejam flexibilização para realizar suas tarefas diárias.
E isso passa, é claro, pelo trabalho híbrido. A seguir, veja alguns dos motivos por trás dessa preferência.
1. Mais liberdade e satisfação para os colaboradores
A demonstração de confiança por parte da empresa é um desejo comum dos colaboradores em relação ao seu trabalho. E nesse contexto o serviço flexível se destaca como um reflexo do bom relacionamento entre empregador e empregado, afinal de contas demonstra que a empresa pode confiar que o funcionário vai cumprir o seu trabalho e este, por sua vez, pode confiar que a empresa seguirá com seus deveres e obrigações para com ele, mesmo à distância.
Liberdade e autogestão fazem parte da jornada de trabalho flexível. O funcionário que trabalha nesse modelo assume a incumbência de tomar decisões importantes e agir, na maioria das vezes, de modo autônomo.
O resultado da estrutura desse relacionamento de confiança aumenta a satisfação do colaborador, fazendo com que ele se engaje mais com o trabalho, já que ele saberá que a organização confia nele e que suas decisões impactarão diretamente nos resultados da empresa.
2. Redução de ausências e atrasos
Uma ausência aqui, outra ali, atrasos recorrentes… que empresa nunca passou por isso com seus colaboradores? Com a jornada de trabalho flexível, no entanto, é possível diminuir os prejuízos com os atrasos e faltas.
Isso porque a questão logística, de deslocamento e transporte do colaborador, não será mais um problema. Com autonomia para fazer home office, sem necessidade de ir ao escritório todos os dias, os problemas com atrasos e absenteísmo diminuem.
3. Conciliação da vida pessoal e profissional
Um dos grandes desejos que permeiam a vida dos colaboradores é o de conseguir conciliar a vida pessoal com a profissional. A jornada de trabalho flexível torna isso possível, pois permite ao colaborador mais tempo para organizar seu dia a dia.

Afinal, com a sua autonomia de horário, ele pode resolver questões pessoais sem que isso interfira no seu trabalho. Dessa forma, ele se vê mais feliz e satisfeito, por não precisar abdicar da sua vida pessoal em consequência das suas responsabilidades de trabalho.
4. Redução de custos
Como já mencionado, empresas que adotam o trabalho híbrido podem também diminuir seus custos, visto que ao abrir mão do trabalho diário no escritório, o consumo de energia, internet, água, entre outras despesas é reduzido. Sem contar que os valores gastos com o transporte dos colaboradores também cai bastante.
5. Economia de espaço e otimização de recursos
Com o revezamento, os escritórios não precisam mais acomodar todos os funcionários da empresa ao mesmo tempo. É possível ter salas de reunião e mesas de uso compartilhado, em esquema de hot desking, que poderão ser reservadas para as equipes de acordo com as regras criadas pelos gestores.
E sem a necessidade de grandes estruturas, você pode ter um número de posições reduzidas, com os recursos necessários para atender até a metade dos colaboradores da sua empresa (já que uma parte da equipe estará trabalhando de forma remota).
Os desafios do trabalho híbrido

Como todo novo processo, a jornada de trabalho híbrido também pode oferecer desafios durante a adaptação. Abaixo elencamos três dos principais receios que as empresas têm quando pensam em adotar esse modelo.
1. Dificuldade com a gestão de tempo
Até aqui você viu que a maior produtividade é um dos grandes ganhos que o trabalho híbrido oferece. Contudo, muitos gestores ainda têm um pé atrás, cultivando a ideia de que a distância do escritório possa gerar queda de rendimento.
Bom, de fato para que a autogestão proporcionada pelo modelo híbrido funcione, é essencial que o gestor planeje bem o trabalho da sua equipe, com objetivos e metas claras. O grande segredo é o planejamento e a delegação de tarefas de forma organizada (o que vamos combinar que independe do modelo de trabalho).
Para colaboradores acostumados com o trabalho presencial se adaptarem ao modelo híbrido, no início, alguns podem precisar de um acompanhamento mais próximo. É importante que o gestor esteja atento a essas particularidades para auxiliar na adaptação e desenvolver a autogestão do funcionário.
Mas não é preciso ter medo: uma pesquisa realizada pela Page Personnel revelou que cerca de 58% dos profissionais possuem maior facilidade para executar suas tarefas quando de forma independente. Por que não testar?
2. Dificuldade de comunicação
Outro grande receio da liderança no trabalho híbrido é a dificuldade de se comunicar com o time. Atualmente, porém, existem várias maneiras de se fazer contato à distância de forma eficiente, como por meio das videoconferências.

Com a ajuda da tecnologia, você pode realizar reuniões de briefing semanais – ou até mesmo diárias – de maneira remota. Assim, você tem maior controle sobre a jornada de trabalho flexível e não fica se perguntando se o colaborador está mesmo trabalhando ou se vai entregar as tarefas no prazo.
3. Falta de estrutura
No início da pandemia, essa foi a maior dificuldade das empresas e dos colaboradores – o trabalho remoto se mostrou, a princípio, um desafio pela falta de estrutura em casa (a velocidade da internet muitas vezes deixava a desejar, o equipamento nem sempre atendia perfeitamente às necessidades do profissional, o espaço físico em certos casos não era adequado).
Mas essas dificuldades deixaram suas lições. Hoje já sabemos quais itens são indispensáveis para o trabalho híbrido e como as empresas e gestores podem auxiliar nessa adequação. É importante ter um budget para os funcionários se adaptarem com a estrutura necessária.
Passo a passo para a implementar o trabalho híbrido
Sabendo dos benefícios que a jornada de trabalho flexível pode oferecer para a sua empresa, é necessário atentar-se a alguns pontos antes de implementá-la. Para te ajudar nessa tarefa e driblar os desafios de adaptação, o nosso blog trouxe um passo a passo completo.
Defina a jornada, com regras e normas
Ao escolher os dias e horários em que o colaborador precisará comparecer presencialmente na empresa e os dias em que ele poderá desempenhar suas atividades de maneira remota, você define também a autonomia e os protocolos da jornada. É possível até mesmo fazer uma pesquisa interna sobre o tema, para ter uma visão melhor da recepção dessa mudança.
Avalie quais setores podem adotar esse modelo
Alguns casos como, por exemplo, no setor hospitalar, ou em áreas em que o contato diário com o cliente exige a presença do colaborador na empresa, esse modelo pode não se encaixar.
Formalize a proposta de trabalho flexível
Crie e exponha a proposta para todos os colaboradores, de forma que eles possam optar por aquilo que mais faça sentido para eles. Formalize também a jornada de trabalho flexível junto ao sindicato, de modo a evitar problemas futuros. No vídeo a seguir, a advogada Fabiana Salateo, colunista do Escala, dá as dicas:
Inscreva-se no canal do Escala no YouTube para saber mais sobre gestão inteligente de trabalho
Adote um software para a gestão de espaços
Com a ajuda da tecnologia, você pode monitorar os locais disponíveis no escritório e oferecer um lugar seguro e adequado para todos os colaboradores quando for dia de ir à empresa. O Escala Espaços, por exemplo, permite que o gestor crie regras personalizadas e cada funcionário pode reservar, do seu próprio celular, o seu espaço para trabalhar. Converse com a nossa equipe e veja como gerir locais de trabalho flexíveis de forma inteligente. Implementar o trabalho híbrido pode trazer muitos benefícios, e de maneira otimizada então, a empresa só tem a ganhar!
4 respostas
Bom dia, tudo bem?
Minha maior dificuldade em gerir está nos dias tidos como trabalho na sede. Funcionários não vão e trabalham de home office, seria considerada falta ou devemos aceitar a decisão do colaborador?
Obrigado,
Felipe
Olá, Felipe! Tudo bem e você? Cabe à empresa a determinação da volta ao trabalho presencial. Dependendo da atividade, muitas empresas têm adotado uma postura mais flexível nesse aspecto, deixando a decisão a critério do colaborador. Porém, é preciso avaliar se isso funciona no seu negócio. O que é preciso lembrar é que em caso de trabalho remoto (home office), ele deve estar previsto no contrato de trabalho e haver consentimento mútuo, entre empregador e empregado, para sua adoção. Em situações extraordinárias (como a pandemia, por exemplo), é desnecessário alterar o contrato caso não haja previsão, mas passado o período de exceção, o trabalho voltará aos moldes anteriores, com os cuidados com a saúde e a segurança.
Gostaria de fazer parte dessa grande empresa como eu faço pra fazer parte?
Obrigado pelo interesse, Hélio! Você pode acompanhar as vagas disponíveis no Escala neste link: https://escala.app/trabalhe-conosco/. Boa sorte!
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